Arquivo anual 2019

porDra. Camila Gavioli

Cuidados com a pele no verão

O verão está chegando e precisamos nos atentar para alguns cuidados com a nossa pele nessa estação do ano. Os cuidados devem ser redobrados nesse período, devido ao alto índice de radiações solares. 

Deixo aqui 10 dicas de cuidados:

  1. Usar filtro solar de fator alto, acima de 50, 30 minutos antes da exposição solar e reaplicar o filtro a cada 2 horas. Também deve ser reaplicado toda vez que entrar na água do mar/ piscina ou quando estiver suando muito. 
  2. Utilizar acessórios como: chapéu, roupa com proteção solar e óculos, para maior proteção contra o sol. 
  3. Evitar exposição solar em excesso e principalmente, evitar queimaduras solares (pois predispõem ao câncer de pele). Por isso, é importante evitar exposição solar as 10 às 16 horas. 
  4. Ao sair da praia, tomar um banho para remover o excesso de sal e areia e eventuais micro-organismos. Após o banho, aplicar um creme ou loção de hidratação corporal.
  5. Reforçar a hidratação, por dentro e por fora: usar bons hidratantes diariamente e após a praia e aumentar a ingestão de líquidos (no mínimo 3 litros por dia).
  6. Utilizar sabonetes para limpeza da pele e produtos noturnos específicos para o verão, evitando ácido retinoico.
     
  7. Ingerir alimentos com betacarotenos, pois são antioxidantes e diminuem o dano do sol à pele: cenoura, abóbora, mamão e beterraba. 
  8. Para quem sofre de melasma: reaplicar o filtro a cada 2 horas, iniciar o uso de antioxidantes e clareadores orais 30 dias antes da exposição solar, utilizar clareadores compatíveis com o verão e levar água termal para a praia, para resfriar a temperatura do corpo. O calor e o mormaço também pioram os casos de melasma.
  9. Para quem tem acne: utilizar sabonetes de limpeza profunda, filtro solar sequinho, hidratante durante o dia e produtos de acne específicos para o verão.
  10. Evitar realizar procedimentos dermatológicos e laser muito agressivos nessa época, pela chance de manchar a pele.

Dra Camila Gavioli
CRM/DF 25511 RQE/DF 16863
CRM/ES 10863 RQE/ES 10402

porDra. Camila Gavioli

Tricoscopia: exame para avaliar queda de cabelo

A tricoscopia é um exame diagnóstico do couro cabeludo e da haste capilar, fundamental para o médico dermatologista especialista em cabelos e queda de cabelo. Permite fazer o diagnóstico das mais diversas formas de alopecias, sendo extremamente importante na avaliação capilar.

A tricoscopia é realizada com lentes específicas que ampliam em 10x até 1000x a imagem do couro cabeludo e do cabelo, dependendo do aparelho utilizado. Pode ser realizada com dermatoscópio manual ou digital e videodermatoscópios.

É um exame fundamental na avaliação, diagnóstico e seguimento dos pacientes com distúrbios capilares, pois permite a análise detalhada das hastes, raízes e orifícios foliculares. Assim, podemos detectar através da tricoscopia: número de fios por unidade folicular, espessura do cabelo, presença ou ausência de fios em crescimento, presença de fios em afinamento progressivo e óstios foliculares vazios. Além disso, também possibilita a avaliação de sinais de inflamação, descamação, lesões pigmentadas, vasos sanguíneos do couro cabeludo e o diagnóstico precoce de lesões pré-malignas e câncer de pele no couro cabeludo.

Ademais, permite a obtenção de fotos ampliadas em cada consulta, para comparação no decorrer do tratamento. Caso o paciente apresente um distúrbio capilar que necessite de biópsia de couro cabeludo, a tricoscopia é o exame que vai guiar o local mais apropriado para o médico realizar a biópsia.

A tricoscopia é indicada para doentes femininos ou masculinos de qualquer idade com queixa de queda de cabelo e/ou alterações do couro cabeludo. É um exame rápido, feito em consultório e indolor.

Dra Camila Gavioli

CRM-DF 25511 RQE-DF 16863
CRM-ES 10863 RQE-ES 10402

porDra. Camila Gavioli

Queda de cabelo pós-parto

A queda de cabelo após o parto é uma queixa muito comum na prática dermatológica. Mas ela ocorre por quê? Antes de começar a falar desse problema, vamos entender alguns conceitos.

O ciclo de vida do cabelo é dividido em três fases:   

  1. Fase anágena: fase de crescimento, que dura em média 2 a 6 anos, na qual ocorre uma intensa multiplicação das células das raízes do fio;
  2. Fase catágena: fase de regressão do cabelo, na qual o fio apresenta interrupção do crescimento, morte de células da raiz e início do processo do desprendimento do cabelo do couro cabeludo. Essa fase dura em média 3 semanas;
  3. Fase telógena: fase de completo repouso do fio, na qual não existe nenhum metabolismo e nenhum crescimento do cabelo. Essa fase dura em médica 3 meses. É interessante ressaltar que a queda do fio ocorre ao final da fase telógena, ou seja, ao final desses 3 meses.

Essas fases são completamente dessincronizadas, ou seja, cada fio se encontra em um estágio de sua vida (temos fios mais novos, mais velhos, alguns crescendo, outros caindo…). Afinal, se todos crescessem e caíssem juntos, de tempos em tempos ficaríamos carecas.

Quando a mulher engravida, ocorre um aumento da quantidade de hormônios (progesterona e estradiol) no sangue. Esses hormônios aumentam a fase anágena (de crescimento) e impedem que os cabelos entrem em fase telógena (de queda).  Por isso, é comum o relato de que o cabelo fica mais cheio e grosso na gestação. Com o parto, ocorre a queda desses hormônios abruptamente e, conseqüentemente, os cabelos entram na fase telógena (de queda), TODOS DE UMA VEZ.  E ao final dos 3 meses da fase telógena, eles caem. Por isso, o mais comum é que a queda de cabelo ocorra após 3 meses do parto, e não imediatamente, uma vez que o cabelo só se desprende do couro cabeludo ao final dos 3 meses da fase telógena.

Logo, o primeiro recado é: a queda de cabelo após o parto NÃO ESTÁ RELACIONADA COM A AMAMENTAÇÃO, muito pelo contrário, a amamentação pode inclusive ter um efeito protetor nessa queda de cabelo. Por isso, não se deve suspender a amamentação nesse período com o intuito de melhorar a queda.

O segundo recado é: se você teve uma queda acentuada em uma gestação, não significa que terá em todas. Geralmente na primeira gravidez a queda pode ser maior.

E o que fazer com essa queda de cabelo? Em primeiro lugar, uma anamnese a fim de investigar o estado de saúde dessas pacientes.  Além disso, realizar exames laboratoriais para excluir anemia e deficiência de vitaminas, que podem ocorrer nesse período. Alguns autores recomendam manter os estoques de ferro mais altos para ajudar na recuperação dos fios, mesmo que a paciente não tenha uma anemia ou uma deficiência propriamente dita.

O couro cabeludo deve ser avaliado com tricoscopia (lentes de aumento) para averiguar se existem outras condições capilares associadas e acompanhar o nascimento dos novos fios.

E existe alguma forma de prevenir essa queda pós-parto? NÃO! Não existe vitamina/ tônico/ shampoo para ser usado de forma a prevenir a queda de cabelo pós-parto.

Existe tratamento? No geral, essa queda melhora espontaneamente em 3 a 6 meses, sem nenhum tratamento, com a recuperação completa dos fios. Porém, existem algumas medicações tópicas/orais que podem ser usadas pelas mães que estão amamentando que ajudam a controlar essa fase.

A preocupação da queda de cabelo pós-parto é para aquelas pacientes que já sofrem de algum problema capilar prévio, principalmente a calvície feminina: nesses casos, a perda capilar pós- parto pode ser um fator agravante do quadro, com menor chance de recuperação dos fios perdidos, se não houver tratamento.

Dra Camila Gavioli

CRM/DF 25.511 RQE/DF 16863

CRM/ES 10.863 RQE/ES 10402

porDra. Camila Gavioli

Vacinação contra o vírus HPV: com qual idade devo tomar?

O HPV é um vírus transmitido principalmente de forma sexual (embora não seja a única forma de transmissão), infectando pele e mucosa. É o causador de verrugas anogenitais (condiloma), além de poder gerar câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe. Um dos grandes problemas do HPV é que pode permanecer no organismo sem gerar lesões aparentes por até 20 anos (mas mesmo assim pode infectar outra pessoa). Além disso, as lesões na mulher, como muitas vezes não são facilmente visualizadas, podem demorar anos para serem diagnosticadas.

Mais de 150 tipos de HPV já foram identificados, sendo os tipos 16 e 18 os principais causadores de câncer e os tipos 6 e 11 os principais causadores de verrugas genitais. Logo, a melhor forma de prevenção é a vacina QUADRIVALENTE (nome comercial Gardasil), que protege contra as quatro cepas. Essa vacina deve ser administrada em 2 doses nos pacientes abaixo de 15 anos (com intervalo de 6 meses) e em 3 doses para os pacientes acima de 15 anos (momento inicial, após 2 meses e após 6 meses da primeira dose).

Já está disponível a vacinação gratuita contra o vírus  HPV pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos.

E após essa idade? As pessoas devem sim se programar para receber as 3 doses da vacina, idealmente até os 26 anos, pois, quanto mais cedo, maior é a produção de anticorpos (após os 26 anos, a formação de anticorpos é menor) e quanto mais cedo,  menor a chance de uma pessoa já ter sido exposta ao vírus HPV.  Não há problema em utilizar a vacina após os 26 anos, porém ela terá uma menor eficácia.

E quem já  teve HPV, deve tomar a vacina? Sim, com a finalidade de proteção contra as outras cepas que ainda não foram transmitidas, lembrando que a  vacina não trata as lesões já existentes.

Paciente imunodeprimido (ex. HIV) pode tomar a vacina? Sim, pois ela é feita da “capa” do vírus.

E o mais importante: PREVENÇÃO contra a infecção pelo HPV e o diagnóstico precoce é essencial, por isso o uso de preservativos e o exame regular de papanicolau é indispensável.

Dra Camila Gavioli

Dermatologista membro da SBD

CRM-DF 25511 RQE-DF 16863

CRM-ES 10863 RQE-ED 10402

porDra. Camila Gavioli

Radiofrequência microagulhada

A radiofrequência microagulhada é um aparelho que entrega uma energia a nível subdérmico através de microagulhas. Essa energia gera aquecimento dos tecidos profundos da derme e, com isso, ocorre um grande estímulo à síntese de colágeno do próprio paciente.

O procedimento é feito com um dispositivo (como se fosse uma “caneta com várias agulhas”) que são disparadas na pele do paciente. No aparelho, é possível pré-estabelecer os seguintes parâmetros: profundidade de penetração das agulhas, duração da liberação da energia no interior da pele, número de agulhas que penetrarão na pele e potência da energia. É possível, por exemplo, realizar 2 a 3 passadas do dispositivo numa mesma sessão, em profundidades diferentes, de forma a trabalhar várias camadas da pele.

Em alguns aparelhos modernos, as microagulhas são recobertas por ouro, a fim de aumentar a condução da energia. E, como a energia é entregue em camadas profundas, esse procedimento é seguro em relação a superfície cutânea, podendo ser realizados em todos os tons de pele.

Ao final da sessão é possível realizar o drug delivery: entrega de moléculas, substâncias e vitaminas nas camadas mais profundas da pele pelos micro-orifícios gerados pelas microagulhas.

E quais as indicações para a realização de radiofrequência microagulhada?

-Cicatrizes de acne;

-Cicatrizes de cirurgia;

-Flacidez da pele;

-Estrias;

-Rugas da face e pescoço;

Drug delivery;

-Volumização da pele;

-Bolsas infraorbitais.

O número de sessões varia de acordo com cada paciente, mas, no geral, são necessárias 1 a 5 sessões mensais. O procedimento é feito em consultório, após anestesia local com pomada, e dura aproximadamente 40 minutos. Após a sessão a pele se torna vermelha e levemente edematosa, que melhora dentro de 24 a 48 horas.

porDra. Camila Gavioli

Rosácea: sintomas, causas e tratamentos

O que é rosácea?

Rosácea é uma doença crônica e comum da pele, que se manifesta por períodos de exacerbações e de acalmia. Ela costuma aparecer entre os 30 e 50 anos de idade, mais comumente em mulheres brancas. O paciente com rosácea pode apresentar desde vermelhidão no rosto, principalmente nas bochechas, nariz, testa e queixo, até pápulas vermelhas e amareladas (como se fossem espinhas) e sensação de queimação e ardência no rosto. A pele de quem apresenta rosácea é extremamente sensível, portanto, deve-se evitar tratamentos com laser, peelings e esfoliação muito agressivos, e utilizar produtos específicos para a pele com rosácea, evitando certos tipos de ácidos.

Como é feito o diagnóstico de rosácea?

 O diagnóstico de rosácea é clínico, feito na própria consulta com o médico dermatologista. Atualmente os critérios diagnósticos foram reformulados, então se o paciente apresentar uma vermelhidão no centro da face, de forma fixa, que periodicamente se intensifica, ou apresentar uma fima, já é diagnóstico de rosácea. A fima é o estágio final da rosácea que ocorre devido à hiperplasia de glândulas sebáceas, edema e fibrose dando a aparência de aumento da região, mais comumente da região nasal. Outros critérios que devem ser buscados nos pacientes são: “flushing”, pápulas e pústulas (como se fossem espinhas), telangiectasias (vasos dilatados), sensação de ardor/queimação e ressecamento da pele.

Quais são os fatores desencadeantes?

Os principais fatores desencadeantes são:

– Exposição solar (radiação ultravioleta), temperatura quente no ambiente e bebidas/alimentos muito quentes (café e chás);

– Temperatura e ventos frios;

– Alguns alimentos como chocolate, comidas apimentadas e bebidas alcóolicas;

– Estresse;

– Atividade física intensa.

Por que ela ocorre?

 A etiologia da rosácea ainda não é totalmente esclarecida, mas acredita-se que presdisposição genética, alterações neurais, vasculares e do sistema imune inato e adaptativo gerem uma cascata de dilatação vascular e inflamação da pele. Acredita-se também na participação do ácaro da flora normal da pele (Demodex folliculorum).

Quais são os diagnósticos diferenciais?

 Os principais diagnósticos diferenciais são acne e dermatite seborreica.

O paciente com rosácea deve ir ao oftalmologista?

SIM! Todo paciente com rosácea deve ter uma avaliação ocular. A rosácea pode acometer os olhos, gerando quadros de blefarite, esclerite, conjuntivite, entre outros.

Quais são as comorbidades associadas com a rosácea?

Além do acometimento ocular, o paciente com rosácea pode apresentar as seguintes comorbidades:

– Cardiovascular: diabetes, hipertensão, alteração no colesterol;

– Intestinal: síndrome do intestino irritável, infecção pelo Helicobacter pylori, doença inflamatória intestinal;

– Neurológica: enxaqueca;

– Psiquiátrica: depressão e ansiedade.

Como tratar a rosácea?

Em primeiro lugar, os cuidados gerais com a pele que todo paciente com rosácea deve ter, independente do grau: limpeza com sabonetes suaves, hidratantes específicos, filtro solar e evitar os fatores desencadeantes. A vermelhidão persistente do rosto pode ser tratada usando a luz pulsada. Para graus leves/moderados, pode-se utilizar antibióticos tópicos, ácidos mais suaves e cremes de ivermectina. Para graus severos, deve-se utilizar antibióticos orais ou baixas doses de isotretinoína.

Quem tem rosácea pode usar ácido, fazer laser ou peeling?

 Pode, mas com moderação e de forma mais suave, uma vez que a pele do paciente com rosácea é mais sensível.

 

 

Dra Camila Fátima Biancardi Gavioli

CRM DF 25511/ CRM ES 10863