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porDra. Camila Gavioli

Rosácea: sintomas, causas e tratamentos

O que é rosácea?

Rosácea é uma doença crônica e comum da pele, que se manifesta por períodos de exacerbações e de acalmia. Ela costuma aparecer entre os 30 e 50 anos de idade, mais comumente em mulheres brancas. O paciente com rosácea pode apresentar desde vermelhidão no rosto, principalmente nas bochechas, nariz, testa e queixo, até pápulas vermelhas e amareladas (como se fossem espinhas) e sensação de queimação e ardência no rosto. A pele de quem apresenta rosácea é extremamente sensível, portanto, deve-se evitar tratamentos com laser, peelings e esfoliação muito agressivos, e utilizar produtos específicos para a pele com rosácea, evitando certos tipos de ácidos.

Como é feito o diagnóstico de rosácea?

 O diagnóstico de rosácea é clínico, feito na própria consulta com o médico dermatologista. Atualmente os critérios diagnósticos foram reformulados, então se o paciente apresentar uma vermelhidão no centro da face, de forma fixa, que periodicamente se intensifica, ou apresentar uma fima, já é diagnóstico de rosácea. A fima é o estágio final da rosácea que ocorre devido à hiperplasia de glândulas sebáceas, edema e fibrose dando a aparência de aumento da região, mais comumente da região nasal. Outros critérios que devem ser buscados nos pacientes são: “flushing”, pápulas e pústulas (como se fossem espinhas), telangiectasias (vasos dilatados), sensação de ardor/queimação e ressecamento da pele.

Quais são os fatores desencadeantes?

Os principais fatores desencadeantes são:

– Exposição solar (radiação ultravioleta), temperatura quente no ambiente e bebidas/alimentos muito quentes (café e chás);

– Temperatura e ventos frios;

– Alguns alimentos como chocolate, comidas apimentadas e bebidas alcóolicas;

– Estresse;

– Atividade física intensa.

Por que ela ocorre?

 A etiologia da rosácea ainda não é totalmente esclarecida, mas acredita-se que presdisposição genética, alterações neurais, vasculares e do sistema imune inato e adaptativo gerem uma cascata de dilatação vascular e inflamação da pele. Acredita-se também na participação do ácaro da flora normal da pele (Demodex folliculorum).

Quais são os diagnósticos diferenciais?

 Os principais diagnósticos diferenciais são acne e dermatite seborreica.

O paciente com rosácea deve ir ao oftalmologista?

SIM! Todo paciente com rosácea deve ter uma avaliação ocular. A rosácea pode acometer os olhos, gerando quadros de blefarite, esclerite, conjuntivite, entre outros.

Quais são as comorbidades associadas com a rosácea?

Além do acometimento ocular, o paciente com rosácea pode apresentar as seguintes comorbidades:

– Cardiovascular: diabetes, hipertensão, alteração no colesterol;

– Intestinal: síndrome do intestino irritável, infecção pelo Helicobacter pylori, doença inflamatória intestinal;

– Neurológica: enxaqueca;

– Psiquiátrica: depressão e ansiedade.

Como tratar a rosácea?

Em primeiro lugar, os cuidados gerais com a pele que todo paciente com rosácea deve ter, independente do grau: limpeza com sabonetes suaves, hidratantes específicos, filtro solar e evitar os fatores desencadeantes. A vermelhidão persistente do rosto pode ser tratada usando a luz pulsada. Para graus leves/moderados, pode-se utilizar antibióticos tópicos, ácidos mais suaves e cremes de ivermectina. Para graus severos, deve-se utilizar antibióticos orais ou baixas doses de isotretinoína.

Quem tem rosácea pode usar ácido, fazer laser ou peeling?

 Pode, mas com moderação e de forma mais suave, uma vez que a pele do paciente com rosácea é mais sensível.

 

 

Dra Camila Fátima Biancardi Gavioli

CRM DF 25511/ CRM ES 10863